Marcos Mundstock:
Certa vez, Mastropiero procurou os serviços de uma cigana, chamada Assunta, para que não só lhe lavasse a roupa, mas também lesse suas mãos e lhe jogasse as cartas. Teve porém que mandar-lhe embora porque Assunta lhe jogava a roupa, lia-lhe as cartas e se lavava as mãos.
Mas Assunta, lhe contando a sua triste história, fez com que Mastropiero se sentisse arrependido da sua decisão. Assunta, era a filha de um chefe de uma tribo de ciganos. No dia da chegada do seu prometido, a cigana mais velha da tribo se aproximou de Assunta e lhe disse: “Que tenhas uma vida tão bela como a tua cara”. A anciã foi condenada ao degredo... Ao degredo cigano é claro... Ou seja, a viver sempre no mesmo lugar.
A festa de esponsais durou oito dias e seis noites. Acontece que a primeira noite a festa se interrompeu porque o noivo, logo depois de ver a Assunta, fugiu apavorado. E a segunda noite também foi interrompida porque Assunta, percebendo o que tinha acontecido, partiu a sua procura. Nenhum dos dois voltou ao acampamento. Mas felizmente, nos seis dias restantes, o casamento continuou com toda normalidade. Assunta não tinha achado o seu prometido, mas esperava um filho dele... Segundo Mastropiero... Um segundo Mastropiero... Quando nasceu seu filho, Assunta o chamou Assunto. Mastropiero se encarregou do assunto. Tomou o menino em suas mãos e o chamou com o seu próprio sobrenome. Atitude que despertou a suspeita de alguns e confirmou as de quase todos.
Les Luthiers interpretam em prosseguimento “Ventos Ciganos”, Op. 6, de Assunto Mastropiero. Intervirá, em caráter de solista, o maestro Carlos Núñez Cortés.
(Obra instrumental)